Uma linda pomba voando, representando o Divino Espírito Santo, a vida, e a liberdade, de asas abertas no céu estrelado Nikolai Lapshin

A 'Justiça' tem sido invocada em termos subjetivos; tem sido torcida e distorcida desde que a humanidade se tornou humanidade.

O que é justo para uma pessoa pode não ser para outra.

O que é justo para uma cultura pode não ser para outra cultura.

Há também o privilégio e o preconceito que fazem a Justiça parecer tão injusta.

Então, o que é justo, e o que não é?

Como Saber O Que É Justo, Ou Injusto? 

O professor e psiquiatra Dr. Henri Baruk era um revolucionário pacífico à sua maneira. Foi um renomado especialista em neuropsiquiatria e, entre outros títulos, diretor da L'École Pratique des Hautes Études, Sorbonne, Universidade de Paris. Ele acreditava na verdade e na compaixão, que acabaram por guiá-lo em sua vida e o levaram à convicção de que a "psiquiatria moral" deveria prevalecer sobre a psiquiatria comum.

Quando Justiça é feita ao homem, ele é curado, Dr. Baruk explica em seu livro Tzedek. 

Em 1931, Baruk transformou completamente a Maison Nationale de Charenton, o principal estabelecimento da psiquiatria francesa, aplicando o conceito de Justiça. Ele não só mudou aquela instituição, como também ‘curou’ médicos, enfermeiros e doentes que estavam lá para serem tratados.

Em uma entrevista de dezembro de 1996 à revista Shabbat Shalom,  o Dr. Baruk explicou:

Os doentes estavam amarrados aos seus leitos, as enfermeiras em estado de intoxicação(...) Eu imediatamente parei com os abusos...

Baruk revolucionou aquele estabelecimento, criando um modelo para outros hospitais psiquiátricos. Ele percebeu que tal caos era devido à gestão anterior, afirmando:

Logo percebi que o estado de desorganização do estabelecimento se deveu a uma extraordinária proliferação de calúnias e falsos testemunhos (mentiras) (...)
Para cada problema que foi trazido à minha autoridade, liderei uma investigação rigorosa e imparcial.

Dr. Baruk via cada pessoa e paciente como única e buscava trazer-lhes saúde, que é em si, Justiça.

Ele revisitou o diagnóstico de cada paciente e descobriu que muitos foram feitos sob suposições incorretas ou falsas e, portanto, as conclusões e tratamentos não eram apropriados.

Ele ousou questionar — ele ousou buscar a verdade — a fim de trazer equilíbrio para essas vidas e para a própria instituição.

Ele realinhou o objetivo para daqueles profissionais psiquiátricos, e para todos que trabalhavam naquela instituição - para que seus corações estivessem em um só lugar, na promoção da saúde de seus pacientes acima de tudo.

O foco tinha que ser a saúde. Esse era o trabalho deles, e afinal, era o que os colegas de Baruk tinham esquecido há muito tempo.

 

A Justiça É Única e Não Tem Várias Caras

Os antigos egípcios, que eram mestres em engenharia, costumavam escrever seus hieróglifos sem terceiras dimensões.

Por quê? Porque a Justiça é uma, pura e simplesmente.

Maat, que era o aspecto justo de Deus no Egito Antigo, foi retratada como uma figura feminina alada, equilibrando uma pluma em cada uma de suas mãos.
Seu retrato era uma imagem imaculada de serenidade e Justiça.

Cada pluma representa um aspecto diferente.
Justiça é equilíbrio — o equilíbrio entre duas forças opostas.

Quando essas forças encontram seu equilíbrio, os opostos desaparecem, tornando-se um, uma unidade. Esta figura, em nossas vidas diárias, pode ser:

Um lago calmo, um rosto em paz, uma obra de arte estética, um corpo saudável, um sorriso alegre, uma relação de amor, uma solução para um problema intrigante, uma árvore de pé, uma flor que insiste em florescer apesar de arrancada de sua raiz.

Essa alquimia, que ocorre inúmeras vezes durante qualquer dia nosso, me fascina e traz propósito a tudo o que faço.

Nos negócios, quando a Justiça é feita, os profissionais têm sucesso não só em suas carreiras, mas também em suas vidas particulares.

No trabalho de cura, alguns dos meus clientes meditam, enquanto outros preferem ações diárias guiadas por um propósito, e outros ainda abraçam ambas as abordagens. Em todas as suas histórias de sucesso, há uma coisa em comum: eles encontraram Justiça para si mesmos.

 

Eles reinventam, criam, quebram padrões. Eles questionam os tabus e convenções para encontrar a sua paz, unidade e propósito nesta vida.

Não estou dizendo que buscar e viver a Justiça seja algo fácil. Não, não é. Somos culturalmente treinados para nos conformarmos – para dizer coisas que não queremos dizer, para manter uma certa aparência porque alguém disse que temos que ser assim, para ficar quieto e não tomar partido quando presenciamos um conflito, e tirar conclusões precipitadas sem provas.

A prática de recompensar aqueles que trapaceiam com sucesso é endêmica, mas ainda não tomou o todo.

Em âmbitos profissionais tenho visto muitas pessoas que confundem trabalhar com a prática do amaldiçoar e maldizer, criando e repetindo falsidades, assassinando ou tentando assassinar carreiras respeitosas, empresas e vidas, porque esses profissionais há muito esqueceram, ou talvez nunca tenham sabido, o que significa Justiça.

Muitas pessoas vivem colocando sua energia e tempo para mentir, encobrir um trabalho ruim, maldizer, fazer o que é errado, e celebrar suas ‘grandes pequenas mentiras’, em vez de fazer o certo, trabalhar direito e fazer o bem.

O que significa ser justo? É simples.

Quando encontrar algo que não lhe pertence, devolva-o.
Não pegue o que não é seu. Em vez disso, pegue o que é seu.

Compartilhe o que você tem.  Pode ser algo material ou um pouco de sabedoria — uma oração também conta.
Da mesma forma, não compartilhe o que você não tem.

Diga o que quer dizer.  Ser gentil não significa que você tenha que mentir.

Faça o que quiser. Se você concordar em fazer algo, faça, e se você falhar, assuma a responsabilidade.

Se você presenciar alguma injustiça, algo errado, intervenha ou chame alguém que possa.
Diga a verdade, mas pratique o silêncio quando não tem nada de bom para dizer.

Não desperdice o tempo das pessoas. Não desperdice o seu próprio tempo.
Se for ao seu médico, diga a verdade. Se você comer bobagens, conte.
Questione.

Faça parte do seu processo de cura – você se conhece melhor do que ninguém.
Se você for a uma entrevista de emprego, não venda uma habilidade ou experiência que você não tem, e não infle uma habilidade que você tem. Seja justo.

Nos relacionamentos, seja claro sobre quem você é. Não manipule.
Diga o que espera. Compartilhe os seus sonhos. Diga o que sente e o que pensa.
Ouça a outra pessoa – com seus ouvidos e com seu coração.

Pare de fingir ser quem você não é, caso o faça. Seja justo com você mesmo e aceite quem você é. Aprenda com seus defeitos.
Não finja que não está ferido, quando está. Faça as pazes consigo mesmo.
Seja justo e gentil em como você fala consigo mesmo.
Usufrua do seu corpo e sua juventude – não importa a idade tenha.

Na cura, a Justiça é minha tocha, minha bússola dourada e bastião que me guia para encontrar o que meus clientes precisam para ser 'ajustado' em suas vidas para restabelecer o Equilíbrio e a Paz.

Somos todos, de alguma forma, como a flor arrancada de sua raiz.
Sentimo-nos perdidos e solitários às vezes.
Não somos bons em tudo, mas podemos ser ótimos no que fazemos, e em como vivemos.

E eu lhe asseguro: não há maneira de se curar que não passe pela Justiça.
Sempre que você busca saúde, você está buscando equilíbrio.
Onde o equilíbrio pode ser encontrado?
Na Justiça.
Justiça é saúde. 

Desejando que façamos revoluções diárias com bondade, paz e Justiça,